Dissertações
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Avatarização e Performance na Música Pop: um estudo a partir das cantoras virtuais Hatsune Miku e Lil Miquela
Rafael Filipe Souza da Silva
2023
A presente pesquisa objetiva investigar os conceitos de avatar e avatarização na atualidade, a partir da esfera digital e da cultura pop, no contexto da Comunicação e dos Estudos de Performance. Nesse sentido, problematizamos deslocamentos e recontextualizações de seres humanos e corporações, no âmbito da Música Pop, considerando os processos de síntese simbólica implicados na geração de avatares, buscando compreender em que medida esses processos estão relacionados a atos performáticos. Inicialmente, realizamos uma retrospectiva histórica do termo avatar, que remonta à narrativa teológica hinduísta, e da performance social que chamamos de avatarização. Começamos, então, a delinear uma possibilidade analítica de fenômenos comunicacionais baseada no que nomeamos de perspectiva da avatarização, norteada por questões que nos permitiram focar esse processo de trânsito interdimensional, por meio do qual um corpo, o avatar, é criado com o propósito específico de atuar numa dimensão outra em relação à dimensão original de quem o cria. Em seguida, procedemos ao estudo de performances das cantoras virtuais Hatsune Miku e Lil Miquela, através das ferramentas teórico-metodológicas dos dramas e roteiros performáticos. Nossas análises apontaram que o esforço de coerência expressiva aparece como um importante recurso do storytelling corporativo incorporado pelas cantoras virtuais, como observado tanto na narrativa da mestiçagem em Lil Miquela, a qual se baseia em processos estratégicos de apropriação de estéticas e corpos afro-diaspóricos, quanto nos esforços para fomentar empatia e promover a criação colaborativa em torno de Hatsune Miku. A pesquisa evidencia, ainda, o papel decisivo das infraestruturas na música pop e a consolidação de novas corporalidades definidas pelo digital.
Palavras-chaves: Comunicação Social; Estéticas da Cultura da Imagem e do Som; Avatarização; Música pop; Performance.

O que o sucesso não nos diz: o fracasso enquanto brecha performática nas dinâmicas digitais da música pop
Eduardo José Melo Rodrigues da Silva
2022
A noção de fracasso na música pop apresenta um debate que coloca em pauta os dados de vendas de artistas enquanto balizas de legitimidade, acentuando fortes relações comerciais que guiam grande parte do horizonte de expectativas da indústria fonográfica. Assim, a falha passaria a ser percebida a partir de uma lógica essencialmente quantitativa. A perspectiva desta investigação é tomar o fracasso como um desvio analítico capaz de revelar imprevistos que tensionam o mercado musical. Essa dissertação articula a potência digressiva da falha, a qual se faz presente numa brecha que ora atrai, ora repele fórmulas estanques das lógicas capitalistas. A partir dos conceitos de performance de Diana Taylor (2013) e das noções de fracasso como disposição desviante a partir de Jack Halberstam (2020), propõe-se a compreensão dos roteiros de mercado e em que medida os/as artistas de música pop irão dramatizá-los. Dito isto, procuro enquadrar as brechas performáticas do fracasso no contexto da cultura digital, elencando as encenações dos fãs e de artistas pop em sites de redes sociais, a partir dos estudos de caso do fórum BCharts e das cantoras Katy Perry, Christina Aguilera e Mariah Carey.
Palavras-chaves: Comunicação; Cultura digital; Fracasso; Música pop; Performance.

O que canta a drag queen?: limites e disputas em torno da categorização da produção musical de drag queens no Brasil
Lívia Maria Dantas Pereira
2021
Este trabalho tem como objetivo central investigar como funciona a música produzida por drag queens no Brasil dentro dos sistemas classificatórios de gêneros musicais. De maneira mais específica, busco tensionar a noção de gênero musical, indicando aspectos extramusicais como igualmente importantes para a categorização da música. A partir da articulação entre teorias dos Estudos de Performances (TAYLOR, 2013) e de gênero musical (FRITH, 1996; BRACKETT, 2003; JANOTTI JR. 2003, 2006; LENA, 2012; FABBRI, 2017; JANOTTI JR. e PEREIRA DE SÁ, 2019), busco debater o gênero musical para além de uma classificação fixa ancorada a determinadas características sonoras e articulando com os escritos da musicóloga Georgina Born (2016) sobre a ideia de que gêneros musicais são capazes de formar universos imaginários, defendo que o que se convencionou a chamar drag music é um rótulo que pode funcionar como um gênero musical por articular experiências sensíveis de cunho identitário e de pertencimento. Assim, aposto no entendimento da drag music enquanto um arranjo sensível e imaginado da música pop que opera dentro de um sistema classificatório, funcionando como gênero musical em determinados contextos que une artistas, fãs e processos produtivos e comerciais em torno de regras que estão em constante mutação.
Palavras-chaves: Gênero musical; Drag music; Estudos de performance; Drag queens no Brasil.

“Tem gogó, querida?” : disputas simbólicas em rede na música brega do Recife
Pedro Alves Ferreira Júnior
2020
A presença das mulheres na música brega do Recife traz à tona assimetrias de gênero, raça e classe social que se apresentam em rede, a partir de dinâmicas identitárias, afetos e valores de performance que, ao passo que agenciam a figura da diva pop estadunidense, também se reapropriam da tradição da cancioneira romântica construída na música brasileira, desde o século XX, para a construção de uma feminilidade bregueira. Este trabalho tem o intuito de analisar, de forma qualitativa, as associações formadas pelas controvérsias e disputas simbólicas a partir de desentendimento midiático protagonizado pelas cantoras Eliza Mell e Michelle Melo, aqui intitulado de “tem gogó, querida?”, que ocorreu em outubro de 2018. Utilizando-se de uma metodologia inspirada pela Teoria Ator-Rede (LATOUR, 2000, 2005) e apropriada por Simone Pereira de Sá (2013; 2014) como “cartografia da treta”, propõe-se rastrear atores que performatizam seus gostos e valores no tocante à presença feminina na música brega. A treta, aqui, é tomada como um acontecimento midiático a partir do qual é possível observar disputas em relação à voz, corpo, feminilidade e idade na música brega. O episódio analisado sugere que disputas morais em torno das performances de gênero e valorativas sobre o que significa cantar bem na música brega são fundamentais no espraiamento e na longevidade deste episódio na cultura digital.
Palavras-chaves: Comunicação; Performance; Controvérsia; Música brega; Feminilidade.

Kondzilla e redes de música pop periférica: estética, mercado e sentidos políticos
Gabriel Albuquerque Silva
2020
Fundada em 2012 e com sede em São Paulo, a produtora de videoclipes e canal do YouTube KondZilla está no centro do processo de mainstreaming do funk brasileiro. Em setembro de 2018, o canal da KondZilla teve o primeiro videoclipe brasileiro com mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube. Um ano depois, em outubro de 2018, a KondZilla ultrapassou o cantor canadense Justin Bieber e tornou-se o terceiro maior canal do YouTube mundial e o maior da América Latina em números de inscritos. Este trabalho tem como proposta analisar justamente os efeitos, causas e consequências deste direcionamento pop do funk através da KondZilla, buscando analisar suas implicações estéticas, comerciais e políticas. Partimos da ideia de Rede de Música Brasileira Pop Periférica (PEREIRA DE SÁ, 2017), para entender como gêneros musicais diversos se acumulam, conectam e interpenetram no ambiente da cultura digital contemporânea e como a KondZilla atua nessa esfera múltipla e dinâmica negociando sua performance para formar redes com mercados mais amplos, além do nicho do funk.
Palavras-chaves: Comunicação; Performance; Controvérsia; Música brega; Feminilidade.

Memórias em cena: o ressurgimento da psicodelia do Udigrudi nas cenas musicais contemporâneas no Recife
2019
Nos idos dos anos 2000, se formava em Recife uma cena musical constituída por bandas e artistas como Anjo Gabriel, Aninha Martins, Feiticeiro Julião, Tagore, Dunas do Barato, Juvenil Silva e entre outros. Tinham em comum as referências estéticas da psicodélica e/ou música regional das bandas Ave Sangria, Lula Côrtes e Flaviola, representantes de uma cena psicodélica que aconteceu no Recife na década de 1970, também conhecida como Udigrudi. Diante deste panorama, me debruço na intenção de investigar e compreender as motivações, as controvérsias, aspectos históricos, estéticos e memorialísticos que fizeram com que o Udigrudi, mais de 30 anos depois, se tornasse um componente marcante da construção de um alicerce sensível para essa nova cena psicodélica dos anos 2000. O conceito de cenas musicais foi o principal aporte teórico para a materialização desta pesquisa, pois, como conceito recente e em contínua formação, consegue dialogar com teorias e metodologias da Sociologia, História e Comunicação. Destarte, para compreender o Udigrudi nas cenas contemporâneas do Recife, investiguei mediante entrevistas de história oral, acervos públicos, vídeos de internet e matérias de jornais. E foi a partir destas incursões pelas cenas musicais supracitadas, pude constatar disputas estéticas, históricas, memorialísticas e geracionais que corroboraram significativamente o entendimento das articulações das memórias e cenas musicais.
Palavras-chaves: Cenas musicais; Memória; Udigrudi; Psicodelia; Recife.

Forjando-se diva pop: virtuosismo, gestos inventivos e empreendimentos autobiográficos na performance de Lady Gaga
Daniel Magalhães de Andrade Lima
2019
Inscrita em um regime de alta visibilidade, Lady Gaga tem tido seu corpo marcado, desde seu surgimento em 2008, pela instabilidade e mutabilidade. Na pluralidade de coisas que a cantora pode ser, afinal, ela atravessa diversas personas midiáticas e constrói variados roteiros biográficos, reivindicando recorrentemente sua autenticidade enquanto artista. Nesta pesquisa, dedico-me a avaliar o caráter reiterativo de suas performances e compreender como a reafirmação de seus roteiros singulares, mas também de narrativas que atravessam a cultura pop de maneira ampla, joga com as formas pelas quais valoramos a cantora. Para tal, construo uma revisão teórica crítica sobre cultura e música pop, abordando a importância de pensar a performance enquanto uma epistemologia de estudo destes meios e investigando teorias de sujeição que podem ser operacionalizadas neste processo. Analiticamente, construo três eixos epistemológicos que dão conta, cada um, de diferentes instâncias da performance de Lady Gaga. Em um primeiro eixo, investigo a vinculação da cantora a práticas virtuosas, dedicando-me a estudos de voz. No segundo eixo, exploro suas reivindicações de inventividade, arguindo sobre como, ao se vincular a ideais de arte institucional, a cantora se produz distintivamente. No último eixo, estudo o potencial da performance de atuar como instrumento autobiográfico, problematizando as maneiras como a artista reformula sua biografia a partir de seus produtos estéticos. Por fim, traço considerações sobre a possibilidade da performance de Lady Gaga evidenciar artifícios pelos quais os artistas e sujeitos se produzem e constroem coerência expressiva, ponderando sobre as ferramentas metodológicas construídas e operacionalizadas no processo da pesquisa.
Palavras-chaves: Corpo; Cultura Pop; Música popular massiva; Performance; Regimes de valor estético.

Rosto branco, voz “negra”: Iggy Azalea e as tensões do pop-rap
Mário Augusto Oliveira Monteiro Rolim
2018
Desde que alcançou enorme sucesso comercial em 2014, a rapper australiana Iggy Azalea tem sido tema de várias controvérsias envolvendo questionamentos de sua autenticidade, reprovações de sua mistura entre pop e rap, acusações de desrespeito e apropriação da cultura negra e críticas pelo fato dela se apresentar usando um sotaque associado a rappers negros do sul dos EUA. Neste trabalho, parto de uma discussão sobre as noções de autenticidade do pop e do rap, o lugar do rap dentro do mercado de música pop americana e a popularização do rap promovida pela globalização para observar os julgamentos da autenticidade de Azalea feitos por revistas e artistas de rap dos EUA, assim como as reivindicações de autenticidade feitas pela própria australiana. Depois disso, analiso algumas performances de Azalea no intuito de perceber como ela realiza negociações entre pop e rap no que eu chamo de uma performance de uma noção de autenticidade do pop-rap, e como essas negociações ajudam a elucidar as tensões entre esses gêneros, e também questões de raça, classe e Gênero.
Palavras-chaves: Iggy Azalea; Autenticidade; Comunicação; Música; Pop; Rap.

Narrativas do feminino nas performances de Beyoncé
Suzana Maria de Sousa Mateus
2018
Desde 2013, a cantora Beyoncé vem sendo apontada com mais ênfase como um expoente do feminismo na cultura pop pelo teor de suas músicas e performances. Mas, para além de uma discussão estritamente feminista, Beyoncé parece agenciar em torno si personas femininas criadas a partir dos mundos narrativos que ela explora no palco. Esse trabalho tem o intuito de pensar justamente essas personas, os mundos narrativos que elas acionam, além dos sentidos e discussões políticas que elas agenciam. Parto dos conceitos de performance, repertório e roteiro, tal como concebidos por Diana Taylor (2013), na tentativa de identificar como essas personas reencenam roteiros culturalmente demarcados a partir de repertórios que se mostram na performance da artista. Através disso, procuro delimitar a presença de três personas específicas que se complementam dentro da carreira de Beyoncé: a mãe, a esposa e a mulher negra, partindo da análise de três apresentações em que essas figuras aparecem, e trabalhando os sentidos em torno do feminismo e do racismo que elas trazem consigo.
Palavras-chaves: Beyoncé; Comunicação; Feminino; Performance; Racismo.

Música pop latina, meet & greet e experiência estética: a experiência e consumo do fandom de Dulce María no Brasil
Rafael Chagas Lins
2017
Debate-se o meet & greet, encontro previamente acordado entre artista e fã, como elemento intensificador da experiência estética do show de música pop, com especial atenção às performances de artistas latinos no contexto brasileiro. A perspectiva é explorar os elementos sobre a mitificação em torno do backstage neste cenário. Por meio da análise de performance proposta por Taylor (2013), esta dissertação levanta alguns questionamentos estéticos e performáticos sobre as relações interpessoais que estão presentes no meet & greet e, mais especificamente, no evento exclusivo para pagantes, chamado “Convivência Dulce Amargo”, protagonizado pela cantora mexicana Dulce María, ex-integrante do grupo RBD, realizado em abril de 2015 em São Paulo. Conceitos como percepção e experiência estética de Seel (2014), filosofia do amigo de Agamben (2009), produção de presença de Gumbrecht (2009) e drama social de Turner (2008) foram utilizados para iluminar este fenômeno. Também discute-se o meet & greet como elemento de diferenciação institucional, onde a indústria da música passa a oferecer novos produtos de experiência, analisados aqui sob a perspectiva do conteúdo de marca, reforçando o caráter de memorabilia do mercado de merchandising. Branded content, apresentado por Covaleski (2015) e Santa Helena (2012), cultura pop, reinvidicada por Soares (2013), nostalgia comercial, discutida por Boym (2001) e economia da experiência, apresentado por Pine & Gilmore (2011) são alguns dos conceitos que foram tensionados durante a pesquisa.
Palavras-chaves: Cultura pop; Experiência estética; Branded content; Meet & greet; Fandom.

A estetização da política na performance de Madonna
Mariana Lins Lima
2017
A pesquisa tem como propósito discutir de que formas a estetização das performances da cantora norte-americana Madonna permite a emergência de nuances políticas, ancoradas na ficcionalidade característica da cultura pop. Para isso, tomamos como eixo a questão do feminino na obra da artista, compreendendo que, a partir de sua concepção de gênero, seja viável apontar um fazer político cuja narrativa negocia com o sexo, a religião, o queer e as práticas da indústria fonográfica em relação às mulheres. De início, situamos historicamente a música popular massiva, cartografando sua formação, a fim de entender o contexto em que surge a figura de Madonna. Destacamos, então, as performances das canções Papa don’t preach (1987) e Like a virgin (2012) para uma reflexão sobre os dois corpos femininos representados em ambas e as implicações políticas de cada um; as performances que tangenciam as temáticas sexual e religiosa, como La isla bonita (1987), Like a prayer (1989) e Holy water (2015), oferecendo um diálogo possível com a estética camp e o movimento barroco; e a performance da artista no aplicativo de rede social Instagram, em defesa dos princípios comerciais da indústria. Procuramos, por meio das análises, identificar o modo como a articulação entre estética e política se opera nas performances de Madonna, encontrando ao mesmo tempo contradições e linhas de fuga que oferecem modos de sentir e habitar o mundo.
Palavras-chaves: Cultura pop; Madonna; Música popular massiva; Performance; Política.

Performances melodramáticas Queer: as personagens trans nos filmes de Pedro Almodóvar
Hedilberto Pessoa Berto Júnior
2016
Baseado nos estudos de gênero, representação midiática e Teoria Queer, a pesquisa discute a construção das identidades, corpos e sexualidades das personagens trans nos filmes de Pedro Almodóvar. O trabalho parte do pressuposto que o cineasta utiliza em sua obra elementos que criam questionamentos sobre a concepção dos sujeitos, mostrando novas formas de pensar as verdades sobre os indivíduos, apresentados, nas suas películas, a partir de óticas escorregadias e fluidas que não se prendem às normas de inteligibilidade que tentam cristalizar a compreensão social acerca dos corpos, das autoafirmações identitárias e das vivências sexuais. As personagens revelam que determinados saberes tidos como únicos são mais plurais e múltiplos do que as regras normativas tentam impor.
Palavras-chaves: Performance; Teoria Queer; Gênero; Cinema; Pedro Almodóvar.

A estética melancólica do fim e a atuação extra-fílmica em Lars Von Trier
Manuela Bezerra Gouveia de Andrade
2015
A dissertação visa investigar a abordagem fílmica do fim dos tempos em Melancholia (2011) de Lars Von Trier e a performance midiática do diretor no contexto extra-filme de divulgação da obra. A pesquisa revisa algumas narrativas anteriores do cineasta dinamarquês que dialogam com a atmosfera estética e a encenação extra-fílmica abarcadas, e, através de uma abordagem quanto à linguagem estilístca, mítica e performática, traz um desdobramento ensaístico acerca da temática. No presente estudo são instauradas reflexões quanto aos recursos técnicos (fotografia, temperaturas de cor, montagem), assim como, acerca da mise en scène que o cineasta se utiliza para narrar tal enredo apocalíptico. A partir desse discurso imagético se parte para tratar de questões relativas à finitude, à cosmogonia, à melancolia e ao imaginário. O trabalho ainda analisa a atuação performática do autor e como esse conteúdo pode influenciar a fruição do espectador, além de considerar como esse processo perante a imprensa funciona como um elemento crucial de inserção do cinema dinamarquês no mercado internacional, especificamente da produtora fundada por Trier e Peter Aalbeak, a Zentropa. Os principais suportes teóricos para tratar de autoria, extra-filme e melancolia contemporânea são: Michel Foucault, Mikhail Bahktin e Maria Rita Kehl e para entender os arquétipos e a estética fílmica presentes na narrativa: Carl Jung, Gilbert Durand, David Bordwell, Jack Stevenson, Giorgio Agamben e Arthur Schopenhauer.
Palavras-chaves: Lars Von Trier; Estilo; Performance; Melancolia; Zentropa; Cinema Dinamarquês.
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Verdades Efêmeras: A Escuta Sensível de Eduardo Coutinho e a construção de personagem em Jogo de Cena
Tatyane de Morais Coutinho Neves
2013
Desde Santo Forte (1999), os filmes de Eduardo Coutinho apresentam um ponto em comum: a ideia de promover, através do encontro entre diretor e personagem, um acontecimento fílmico. Evento esse que se exprime nos corpos e nas imagens a partir dos dispositivos e aparatos cinematográficos utilizados e, sobretudo, da escuta sensível do cineasta, que prefere impor um diálogo espontâneo, direto e íntimo. O que importa nesse estilo é uma verdade performatizada, uma verdade efêmera que se faz no encontro entre cineasta e personagem, fabulada a partir das intervenções de Eduardo Coutinho sobre a fala dos personagens. Percebe-se, portanto, de que forma os entrevistados apresentam os universos poéticos e a fábula presente em expressões e gestos, num discurso do corpo encenado. Deste modo, o objetivo deste trabalho é analisar como a escuta sensível do diretor aciona a performance em Jogo de Cena (2007) e como as entrevistadas participam do processo de construção criativa proposto pelo documentarista em questão.
Palavras-chaves: Documentário; Eduardo Coutinho; Escuta Sensível; Performance.

“You Must Be My Lucky Star”: Crítica, agendamento e valor sobre a obra da cantora Madonna na Revista Rolling Stone
Maria Helena Guerra Monteiro
2015
A fortuna crítica sobre a produção musical de Madonna traz à tona elementos que compõem o discurso dos jornalistas especializados na cobertura de assuntos culturais. Este trabalho diz respeito à maneira com que a crítica musical presente no jornalismo cultural legitimou Madonna em especial a revista Rolling Stone. Trata-se de um processo histórico em que a construção de valor foi sendo agendada pelas instâncias – sobretudo – do jornalismo cultural. Sintetiza-se, assim, os objetivos deste trabalho: analisar como a Revista Rolling Stone agendou a carreira de Madonna ao longo dos seus 30 anos de existência, em suas resenhas críticas dos álbuns e suas performances em turnês. Identifica-se marcas discursivas ligadas a valores empreendidos por jornalistas culturais no tratamento de obras da artista. Entende-se, portanto, as contradições dos produtos apresentados por Madonna enquanto obras dotadas de uma estética ligada à cultura pop. Mapeia-se a noção de valor e como ele é utilizado pela Revista Rolling Stone para os produtos apresentados por Madonna.
Palavras-chaves: Jornalismo Cultural; Cultura Pop; Música; Valor; Crítica.

Fronteiras do Medo: Semelhanças Produtivas e Diferenças Culturais em “Ringu” e “O Chamado”
Cinema de Horror; J Horror; Entretenimento; Japão; Estados Unidos; Estudos Culturais.
2014
Formatado a partir do lançamento do filme Ringu, de 1998, o horror japonês contemporâneo, ou J Horror, tornou-se uma forma de endereçamento fílmica para o Ocidente. As obras japonesas geraram um modelo de produção de sentido logo descoberto e exportado por Hollywood com refilmagens para um público internacional. Que a produção de um remake gera diferenças entre o filme original e a refilmagem, não há dúvidas. Mas, ao analisar o cinema de terror como entretenimento, é possível perceber muito mais do que apenas diferenças fílmicas em função de aspectos culturais. Trabalhamos nossa análise na perspectiva de que há reenquadramentos temáticos nas refilmagens de obras uma vez que as mesmas fazem parte de uma lógica produtiva da indústria do cinema como entretenimento. Além das comparações entre Ringu e sua refilmagem norte-americana, O Chamado, esta pesquisa pretende se debruçar, em particular, nos aspectos extratextuais do cinema como entretenimento em cada nação, o que faz necessário debater elementos de produção, distribuição e exibição. Por meio desta tríade, além do entorno cultural, talvez seja possível, por exemplo, compreender as mudanças feitas nas refilmagens em função de obter um alargamento de um público internacional ao qual o remake é destinado em comparação com o produto original, que costuma ser exibido apenas no Japão.
Palavras-chaves: Cinema de Horror; J Horror; Entretenimento; Japão; Estados Unidos; Estudos Culturais.

A cicerone luso-brasileira na América: o nacional e o regional na performance de Carmen Miranda
Ana Carolina Paiva Diniz
2013
Este texto pretende discutir as questões que dizem respeito à construção da imagem do Brasil no âmbito internacional, abordagem que se faz necessária uma vez que o País está, hoje em dia, retomando um espaço de destaque no cenário internacional. Para isso, analisamos de que forma a performance de Carmen Miranda constrói a memória nacional a ser legada a partir de retóricas holísticas mosaico de regionalidades e como a indústria da música e do cinema as reelaboram embalando sob o título de identidade brasileira/latina. Para isso, destacamos a difusão da canção popular massiva através do rádio no início do século 20; abordamos o cenário do samba no Rio de Janeiro do mesmo período com base na visão de autores da época; destacamos também as discussões acerca das dicções atribuídas ao gênero samba nesse período; trabalhamos o caminho do samba desde a roda até o momento em que ele chega às rádios e gravadoras; vemos um panorama dos primeiros passos do cinema nacional e a ligação deste com a indústria fonográfica e tentamos perceber como essa ligação beneficiou as duas indústrias no Brasil. Destacaremos também o processo político, econômico e midiático da construção das retóricas holísticas lançando mão de clássicos da historiografia deste assunto, quais sejam: Gilberto Freyre (1998), Sérgio Buarque de Holanda (1995) e Roberto DaMatta (1986 e 2004) para percebermos os indícios de regionalidades na performance de Carmen Miranda que nos dêem pistas da construção da nacionalidade midiaticamente.
Palavras-chaves: Cinema; Carmen Miranda; Gêneros Musicais; Identidade; Indústria Fonográfica; Performance.